Transtornos do Uso de Substâncias IV Bom, seria alguém totalmente consciente de si mesmo, possível presa de uma droga? Acredito que não. Aliás as pesquisas apontam a inteligência como fator protetor das dependências. Mas aí agora deixei a visão romântica humanista: vamos tratar. E chorar as perdas, e refletir como fazer melhor. E considerar que como em toda condição crônica em medicina, o paciente deve ser acompanhado para sempre e não abandonado após uma primeira abordagem que o levou à remissão. Há alguns anos o professor Maclellan ao nos ensinar que as dependências são doenças crônicas e como tal deixar de seguir o paciente e vê-lo recair apenas prova que o tratamento é eficaz e não o contrário como se fazia, explico: Tratamos pacientes , eles ficam abstinentes e eu lhes dou alta. Um ano depois apenas 30% deles continuam abstinentes, qualquer que tenha sido o tratamento. Conclusão: vocês enxugam gelo, não adianta tratar dependência. Mas e se ao invés de dependente ele for hiper
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Mostrando postagens de maio 5, 2020
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Transtorno do Uso de Substâncias III Falamos nas postagens anteriores já de condutas que adotamos no tratamento: evitar a repetição de comportamentos, acrescentar novas memórias, por exemplo. Temos que falar afinal do que é isso. O que faz uma substância quimica se tornar tão importante na vida de alguém muitas vezes superando a própria idéia de vida, amigos, familiares, profissão? Não acredito em visões simplistas nem no poder apenas da droga. É sem dúvida muito mais complexo. Voltando á parte romântica do consumo de drogas que alteram a percepção e o humor, tão belamente abordada por humanistas como Aldous Huxley ( As portas da percepção), lembramos da nossa dolorosa condição humana. Sofrida mesmo que nas melhores condições de vida e saúde mental. Nossa consciência é limitada, alcançamos a certeza de nossa finitude sem conseguir ir além. Observamos sem entender a vastidão do universo sem saber o que somos, porque, para onde. Para uma pessoa sensivel isso seria motivo de dor exis
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Introdução ao Módulo Dependências ou Adição ou Transtorno do Uso de Substâncias: II Falamos na postagem anterior da importância da nomenclatura pois ela explicita o que o médico (entendido como todos os profissionais de saúde encarregados do tratamento) pensa do transtorno que pretende tratar. Assim, o conceito moral pode ser aqui abandonado, não nos interessa, ficando um outro que é o de doença. Então tratamos um doente. Nesse sentido um outro ponto negativo aparece: a pessoa tratada pode se colocar na posição passiva de paciente, deixando por conta do profissional todo o trabalho: doutora me dá um remédio para passar minha vontade de beber, por exemplo. Ou poderíamos ler por trás da demanda dos nossos pacientes: doutora me dá um remédio para que eu possa beber sem que me faça mal. E não é assim diante de tantas outras doenças crônicas? Quero comer sem ter dislipidemia, quero ter saúde sem fazer exercícios físicos,quero dormir sem fazer a higiene do sono. Pois bem, a dependênc